HISTÓRIA

Trabalho, Dedicação, História

É sob estes desígnios que assenta a história dos 84 anos do Grémio Desportivo Amarante. 
Ao serviço do desporto numa região, afirmando-se como um clube sólido e solidário. 
Projetando-se ainda no panorama nacional.
“Somos jovens e a nossa bandeira, leva a todos amor e alegria, a cada passo da nossa carreira, segue estrela que ao longe nos guia.”

Este é o refrão do hino do AMARANTE, elucidativo do caminho percorrido pela instituição e do currículo que apresenta.O Amarante nasceu em junho de 1936. Foi seu embrião o grupo de futebol juvenil «Portugal», jovens de 13 e 14 anos que jogaram no Alto de Santo António com os vizinhos «Espanta», com o «Tic-Tac» da rua de S. João, «Bari» e «Marítimo» das redondezas e «Juventude Vicentina» de uma outra zona.

Foi depois de um dos jogos (na época disputados com bola de meia) que esses garotos resolveram criar um clube a sério. Entre proposta e contra-propostas, Alberto Borges foi quem acabou por perfilhar a equipa: Amarante, nome de um famoso guarda-redes do clube setúbal de Portugal.
Depois da identidade era preciso arranjar um lema. Aí vingou a proposta de Marcolino Ferreira Lima: «Sempre à Frente». E estava tudo dito: Amarante –Sempre à Frente.

Silvestre Simão Silva, Beto d`Cacai, irmão de Toi d Cacai, foi dias depois, eleito primeiro presidente do clube, onde todos eram admiradores do glorioso «Boca Júnior» da Argentina, de onde advém, aliás, o equipamento dos amarantinos, estreiado por ocasião das festas do primeiro aniversário, altura em que o Amarante realizou o seu primeiro jogo a sério. Campo da Fontinha, julho de 1947, adversário «Juventude Sanvicentina».

Aquando da preparação do jogo constatou-se que faltavam os equipamentos. Solução; compraram-se umas camisolinhas brancas muito baratas, tingiu-se de azul, e no peito foi aplicado, atravessado, uma faixa de cetim amarelo. Os calções eram de drill azul com uma fita amarela nos lados. Nesse primeiro encontro a valer, o resultado não poderia ter sido melhor para o nóvel clube. Vitória por um zero, golo do defesa César Alves, já no final do encontro. Esgotado o tempo de jogo, invasão pacífica da claque áureo-azul que não poupou elogios aos valorosos atletas. Mas nem só de futebol viveu o programa comemorativo do primeiro aniversário.
O Amarante apostou também no atletismo-prova de cinco mil metros – e na cultura – palestra proferida por Jerónimo Cardoso Silva, à data ainda aluno do Liceu. Como em outras ocasiões nobres, o baile marcou presença desta feita, não com gramofone, mas com música ao vivo, com a orquestra de Muchinho d`Monte. Palco, casa de nha Camila de café Cantante, rua de coco, baile que contou com a animação das damas fundadores, Ângela, Tudinha de Nha Gadinha, Mimina de Nha Fina, Maninha, entre outras. Convém realçar que os bailes amarantinos sempre foram famosos pela animação e ambiente respeitador em que decorriam.
Jovens e empreendedores, os amarantinos decidem dotar o clube dos seus símbolos: a bandeira e o hino. A bandeira ficou parecida com a do Castilho, porque os amarantinos gostavam muito da dos azuis e brancos e foi nela que se inspiraram. Trocou-se apenas o globo pela bola e incumbiu-se ao grande pintor Fernando Torres que fizesse a bandeira áureo-azul.
O hino surge em 1942 pelas mãos do grande poeta José Lopes da Silva com música composta pelo reconhecido maestro Jorge Monteiro. Mas antes em 1938, aproveitando o entusiasmo reinante à volta do jovem clube, os amarantinos conquistaram o coração e o talento de B.Lèza que compôs uma morna dedicada ao Amarante.
A imagem de todo o recém-nascido, os primeiros passos foram ténues e prudentes. A sua primeira sede foi montada numa velha casa de teto muito esburacado, sita na antiga rua Vasco da Gama, hoje William du Bois. A renda semanal era de dez escudos. Nessa altura a quota semanal de cada amarantino era de dois tostões.
O telhado foi remendado pelos próprios fundadores do clube e a casa pintada com as cores da equipa – azul e amarelo. Por meio de subscrição conseguiu-se o suficiente para comprar uma mesa de ping-pong, cadeiras, e «mutchinhas», quadros com motivos desportivos, de entre os quais se destacava uma estampa emoldurada de equipa de Boca Júnior, cujo equipamento seduziu desde sempre os amarantinos, que como se escreveu atras adoptaram as cores dos seus ídolos argentinos.
Em 1941, a sede já era pequena para tantos sócios, ganhos durante os primeiros anos de vida, graças ao saber estar, aos bailes (em ambiente familiar), às atividades culturais – récitas no Eden-Park, na própria sede e na do Derby, na casa de Nho Filipe Carpinteiro, no alto Mira Mar, etc.; animação de carnaval; declamação de poemas, etc… e à diversidade de manifestações desportivas que realizava. Por exemplo, aquando do segundo aniversario, foi sucesso uma corrida de fundo, de cinco mil metros, na qual participaram dezanove rapazes, entre os quinze e dezasseis anos; em 1941, no court de ténis do Castilho, um espetáculo com exibições atléticas e acrobáticas – atuações na barra fixa, argolas, trapézio, plinto com saltos mortais e de anjo, saltos à vara, em altura e em comprimento – e um combate de boxe.
Com o público mindelense conquistado, era preciso uma sede maior e melhor. Daí ter-se mudado de Nha Dadô d Alberto, em Fonte Doutor, sob renda mensal de cem escudos. Um bar bem fornecido e jogos de mesa conferiram à nova sede um assinalável movimento, quer de dia como à noite.
Foi neste período áureo, que Amarante viu publicado os seus publicado os seus Estatutos, no Boletim Oficial n.º 18 de 1 de maio de 1947, por alvará do Governo da Colónia, passando a chamar-se Grémio Desportivo Amarante. Como clube federado e no gozo de plenos direitos passou a tomar parte nas competições oficiais envergando as suas camisolas. Já nas épocas de 43/44 e 44/45 havia representado as equipas do Castilho e do Derby, por estas não possuírem equipa de futebol, tendo ganho os dois campeonatos graças à esplêndida preparação física e boa técnica dos seus jogadores. A época, para alem de uma equipa de futebol de bom nível, o Amarante possuía também bons praticantes de basquete, ténis, volley, cricket e futebol de salão. A fechar uma década de ouro, o Amarante ganhou o seu primeiro título oficial na época 48/49.

 PALMARÉS
Campeão São vicente- época 1943/1944
Campeão São vicente- época 1944/1945
Campeão São vicente- época 1948/1949
Campeão Regional- época 1960/1961
Campeão Nacional- época 1998/1999
 
 
 

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